Um dos melhores poemas de sempre #1


« Não digas que o trabalho é desperdiçado,
Nem que o esforço falha [...]

Pois não é em vão que em golpes seguidos,
Com pressa medida, em fragor crescente,
O mar actua nos rochedos batidos
E invade a praia, ruidosamente.

Mas ele bate e bate com força
Em dias, semanas, em meses e anos,
Até que apareça mossa sobre mossa
Que mostre seus gastos, pacientes ganhos.

E os anos passam, as gerações vão,
E menores se quedam as rochas cavadas;
Mas ele, com lenta e firme precisão,
Baterá na terra suas altas vagas.

[...]

Seu poder imenso ainda mantém
E, inda mais além, nas águas avança.

Alexander Search [F. Pessoa] in Poesia

Cada vez gosto mais destas revistas


Para além do lugar/país em destaque que anunciam sempre, têm igualmente detalhes e coisas interessantíssimas sobre vários outros lugares. Adoro.

Se há coisa que sempre me irritou profundamente


É a maneira quase obsessiva como os Telejornais tratam de determinados assuntos mais chocantes ou falados. Todos eles, um por um, alguns com mais incidência que outros, pegam num assunto (exemplo: Pessoa de cinquenta anos ao chegar ao carro, num parque de estacionamento, encontra um esquilo morto no tejadilho) e vão, durante dias e semanas, procurar numa busca interminável, todas as pessoas no país, depois na Europa e depois no resto do mundo, que, ao chegarem ao carro no estacionamento, encontraram um esquilo morto no tejadilho. Ao fim de três dias, já temos a notícia de um homem que, em Berlim, não encontrou um esquilo, mas um pássaro morto. Uma mulher que, na China, encontrou simplesmente um pássaro vivo no tejadilho. Ao fim de uma semana, temos cerca de dez casos mundiais. Se lhes der assim forte e feio, ainda chegam a fazer uma resportagem sobre isso.

Ontem, quando fui nadar


Nunca tinha visto tanto idoso junto, num espaço tão pequeno. Parecia uma excursão. No balneário, a pessoa mais nova, a seguir a mim, deveria ter à volta de sessenta anos. Quando eu tiver sessenta anos, também quero ainda ir ao ginásio e nadar. Mas sozinha, de preferência sozinha.

...

Para quem adora Ciência, como eu


Devia de ir espreitar isto, no site da BBC. É um dos meus sites preferidos e hoje encontrei lá isto (jogos interactivos sobre o corpo humano, entre outras coisas. Giríssimo).

Sou paciente e depois desta, não restam dúvidas


Sabem quando estamos à espera de um email importante e, de repente, a nossa caixa de email, que normalmente recebe dois, três, quatro (no máximo) emails por dia, decide receber, assim sem mais nem menos, durante duas semanas (DUAS SEMANAS) cerca de dez, onze, doze, treze, não sei quantos emails por dia. Se o meu coração resistiu sem ter nenhuma paragem, se conseguiu aguentar-se bem a tremer sempre que via um número tão elevado de emails e se punha a correr os remetentes dos emails e percebia que não tinham nada a ver com o que eu estava à espera, então tenho aqui um coração resistente. Ai tenho. Até de uma colega minha com quem já não falo há dois anos, recebi vários emails (uns quinze, só para terem noção), daqueles de correntes, de apresentações compridas de powerpoint, emails de alerta sobre os assaltos na rua da esquina, dos perigos do sol, dos perigos de conduzir, dos perigos de viver, resumidamente. Não sei, acho que Deus decidiu fazer uma pequena brincadeira comigo. Pensou assim: deixa cá ver se esta gosta de adrenalina. Resultou. Eu caí. Andei a respirar fundo várias vezes. Há bocado recebi o email tão esperado. Pronto. Já posso parar de verificar a caixa de email mil vezes por dia.

Perdi um pouco (muito, para dizer a verdade) de esperança no Mundo


Quando vi um artigo de Jornal escrito por um ex-colega meu de Faculdade. Por muito bem que ele apareça no artigo (e nem aparece assim tão bem) ou por mais anos que passem desde que partilhámos as mesmas salas de aula, não consigo esquecer o facto de vários terem sido os Professores que o apelidavam de preguiçoso, de pouco ou nada esforçado, de pretensioso e de fraco, academicamente fraco. Afinal de contas, este fraco e nada exímio aluno (no entanto, exímio na arte de dar graxa a Professores e a fazer-se incluir no grupo deles, como amigo próximo) escreveu um artigo de Jornal. Só me vem à memória o meu outro colega com um penteado ondulado e óculos finos, esse sim, inteligentíssimo, e que mais não alcançou do que alguma genialidade, no Conservatório. Ou do meu colega que ostentava orgulhosamente um laço a rodear-lhe os colarinhos sempre: o melhor crítico literário que alguma vez conheci. Também ele brilhante e esquecido, como já é habitual acontecer com as pessoas realmente boas, neste país. Sempre que falamos (felizmente a nossa grande amizade prolongou-se durante todos estes anos) sinto-me sempre um tanto ou quanto desgostosa, pela forma como a vida e a sociedade o tratou. Mas este, este que apareceu no artigo, está bem. Viaja, pouco ou nada faz e continua a considerar-se o próximo vencedor do prémio Nobel, seguramente.

De repente, li naquele artigo um nome que não pertencia ali. E soou-me mal. Pareceu-me abstracto. E ilógico. Fez-me uma confusão tremenda, o que só poderia acabar numa coisa: não li mais de dois parágrafos do artigo. 
Como se não bastasse, ele diz-se muito cansado de trabalhar, da vida dele e queixa-se de como o maçam as coisas do trabalho dele, que é uma maçada, já se sabe. Eu dei-lhe um conselho, não sei se foi aceite: disse-lhe para, assim sendo, ele oferecer o tacho dele a outra pessoa.  

That don't impress me much


Cada vez mais me apercebo que eu sou daquelas pessoas que podiam passar os dias a cantar aquela música da Shania Twain:

« I've known a few guys who thought they were pretty smart [...]

Oh-oo-oh, you think you're special,
Oh-oo-oh, you think you're something else...

Okay, so you're a rocket scientist / Okay, so you're Brad Pitt / Okay, so you've got a car /


That don't impress me much »

Há que saber preencher o tempo


(Lindíssimo. Tem a duração de pouco mais do que um minuto, mas dá que pensar)

« Preenche todas as tuas horas! Se tomares nas mãos o dia de hoje conseguirás depender menos do dia de amanhã. De adiamento em adiamento, a vida vai-se passando. »

Séneca, in Cartas a Lucílio

A 15 de Março, num dia como hoje


Morrias, diante dos meus olhos. Lembro-me dos pormenores com uma nitidez incrível. Lembro-me de sentir que a passagem do tempo era das coisas mais dolorosas de uma vida. Em minutos, escassos minutos, a minha vida transformou-se para sempre. Num momento, estava a olhar para ti. Gostava particularmente do formato dos teus olhos, quando os fixavas num vislumbre no horinzonte aparentemente desconhecido para o restante mundo. No momento seguinte, morrias. Se me fosse possível escolher, teria ficado eternamente no momento em que eu ainda olhava para ti, completamente alheia ao facto de que ias morrer a seguir. Tinha ficado nesse momento. E fazia-o durar. Fazia-o durar até que a voz nos doesse. Fazia-o durar até envelhecermos. Sinto falta do som da tua voz. Sinto falta da forma do teu sorriso. Sinto falta do teu perfume. Sinto falta de te saber por perto. Sinto falta daquele sentimento que partilhávamos de sermos a única coisa que realmente importava nas nossas vidas. E perdemo-nos. É-me difícil imaginar uma dor maior do que esta. A tua memória é como uma enorme onda, que, de vez em quando, e especialmente hoje, rebenta sobre mim e se desfaz em espuma. E eu deixo-me ir.


«Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte [...]

Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse [...]

Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir [...] »

Eugénio de Andrade

Textos que leio e adoro


«Há pessoas negativas. Conheço meia dúzia [...]  A primeira frase que sai daquelas bocas é sempre para puxar para baixo, para mostrar os aspectos negativos, sempre palavras desmotivadoras. Cortam o entusiasmo, a alegria de qualquer bom momento [...] »

Muitíssimo bem escrito pela Croquete e Girassol, no seu blogue Croquete & Girassol

Sobre as boas revistas

Há alguns anos atrás que deixei de ler revistas portuguesas ou escritas em português. Não que sejam fracas, mas verdade seja dita, aqui e sem demoras, as revistas portuguesas não se comparam a algumas (muitas) revistas inglesas, por exemplo. A qualidade dos artigos depende muito de caso para caso, aqui não há como generalizar. Já vi artigos excelentes escritos em português. Mas a organização das revistas inglesas, a classe, o bom gosto, a graça das revistas inglesas, ainda não aqui chegou. E assim sendo, resta-me ir comprando cá (infelizmente a preços muitas vezes chocantes) revistas internacionais. Hoje trouxe uma inglesa. Só consigo gostar delas. É defeito. Ou feitio.

A verdade é que...


Sabe tão bem ser fim-de-semana e termos grandes companhias. Acho mesmo que poucas coisas sabem melhor do que isto. Do que coisas simples como isto: jantarmos com uma boa companhia, termos uma noite sossegada. A minha avó sempre me disse e bem, que não há nada  melhor do que termos paz, sossego. Puro sossego. Chegarmos a casa, vermos uma série ou um programa de televisão, não pensarmos em mais nada a não ser que amanhã ainda é Domingo.

« These small hours, these little wonders... » Rob Thomas

Dos passos importantes para um país


O que aconteceu hoje, por exemplo. Motivos, atitudes e argumentos à parte, é sempre bom que a sociedade exerça o seu direito legítimo de se manifestar e de mostrar o seu desagrado.

Apareceu um novo hate-blogue e isto tem-me dado para rir

E para rir muito. A sério que sim. Eles aparecem ultimamente como cogumelos.  Não é impossível achar-lhes graça, se virmos bem. Para já, são os nomes que arranjam: normalmente são nomes que têm a ver com fezes, com partes íntimas ou com coisas completamente ridículas. Depois são as imagens: sempre lindíssimas - not. Depois são os comentários que chovem nesses blogues. Já para não falar na mania que têm de que escrevem sátiras. Queriam eles, pobrezinhos. Sabem lá eles o que é uma boa sátira. Enfim, dá para rir. Só que eu decidi não os ler, decidi deixá-los à deriva, irem à vidinha deles. Irem lá encher-se de mosquinhas e mosquitos. Mas depois uma pessoa recebe um comentário hilariante, com um link. E o que é que podia ser esse link? Um novo Hate-blogue, pois é. Claro! É só mais um, enfim, see you and take care.

"You start to forget what you DO have"



E como ando numa de vídeos especiais... Aqui fica mais um. Uma lição de vida. Uma inspiração. Imperdível.

Por outro lado


O Japão é daqueles países que melhor estão preparados para este tipo de catástrofes. Disso não há dúvidas.

No Japão...


Falam em números de mortos, mas já se sabe, nestes casos normalmente grande parte dos desaparecidos são também pessoas que mais dia menos dia, infelizmente, vão ser dadas como mortas. E nem consigo imaginar o drama: um sismo fortíssimo e um Tsunami com ondas de dez metros.

Porque o nosso país apesar de tudo é maravilhoso em vários aspectos


Este é um daqueles vídeos sobre este país que vale a pena ver. Muito.

Moda e afins


Vestidos lindos para o Verão:

1- Vero Moda Pleated '70s Dress (ASOS)
2- Vestido com sobreposição de folhos (LANIDOR)

Não são coincidências, são factos


Posso estar tristíssima, ouvir músicas alegres e ficar levemente bem disposta. E estar muito bem disposta, ouvir músicas tristíssimas e começar a deprimir e a lembrar-me de coisas antigas e a ir buscar todos os maus momentos da minha vida. É impressionante. Por isso aprendi a fazer assim: em dias muito felizes, nunca ouvir músicas tristes. Em dias muito tristes, fazer um esforço para ouvir músicas alegres e, em casos de tristeza extrema, ouvir mesmo músicas como se estivesse em pleno verão e dona da maior felicidade do mundo. Tem sido um sucesso esta técnica.

Andava pelo site da Body Shop

E deparei-me com esta campanha que eles têm agora. Acho que é uma daquelas campanhas que merece atenção. A campanha é algo como "join hands to help" e está aliada a um creme da Body Shop para hidratar e cuidar das mãos

Deparei-me também com esta, sobre a violência doméstica. Muito bem conseguida igualmente. E pronto, facilmente me esqueci dos produtos que ia ver e das novidades. Fiquei mesmo foi a ver as campanhas e respectivos produtos associados.

Qualquer dia


Uma pessoa, uma simples pessoa com uma simples vida e um simples blogue, não pode fazer mais do que respirar. Qualquer dia, chegamos ao ridículo de uma simples pessoa não poder escrever o que sente, lhe apetece ou precisa de escrever, no seu próprio blogue. Qualquer dia chegamos ao cúmulo de não se poder dizer publicamente que se tem um animal, um serviço de chá, uma casa no campo ou que se vai aqui e ali almoçar e jantar. Qualquer dia chegamos ao ponto de por cada blogue normal, surgir um hate-blogue. Qualquer dia chegamos ao ponto de repensarmos cinquenta vezes antes de escrever um post, e, no fim, o resultado final não ter nada a ver connosco. Chegaremos ao ponto em que muitos de nós quererão escrever que tiveram um dia terrivelmente mau e daremos por nós a dizer que está tudo óptimo e a falarmos de sapatos, água com gás ou do tempo. Qualquer dia chegamos ao ponto de nos fartarmos do nosso próprio blogue, da nossa própria escrita e dos outros todos. E isso não é bom. Eu gosto do meu blogue, gosto de ler os outros blogues (adoro, como já referi) e gosto de ser sincera. Portanto podem fazer mortais seguidos de piruetas, engolir espadas e cuspir fogo - continuar os maus espectáculos - eu não os vou assistir mais nem tão pouco querer saber que tipo de sátiras mal conseguidas performances fazem. Já dizia Niccolo Maquiavel: O que tem começo, tem fim. E é isso mesmo.

E depois há aquelas pessoas que...


Nos fazem tremendamente felizes. E as que mesmo estando distantes, quando regressam para perto de nós, é como se o tempo entre a ida delas e a vinda, não tivesse existido. E as que nos fazem rir sem limites. E as que nos fazem esquecer (literalmente) as amarguras da vida.

Das pessoas que nos obrigam a tomar uma atitude


Há pessoas e pessoas. Há pessoas que sabem que tipo de lugar ocupam na nossa vida e respeitam-nos conforme o lugar que ocupam e há pessoas que não sabem e que, por não saberem (porque não estão para pensar muito nisso ou porque não lhes importa o que é que nós pensamos, mas o que elas pensam) vão fazendo o denominado ir esticando a corda. Vão fazendo o que bem lhes apetece e se nos chatearem pelo caminho, se nos incomodarem, se se intrometerem demasiado nas nossas vidas, este tipo de pessoa pensa que o problema é só nosso. E, no fundo, no fundo, acho que este tipo de pessoas tem razão. Tem muita razão: o problema é mesmo nosso. Por isso, quem melhor para resolver o problema que nós mesmos?

Muitas vezes o que me aconteceu na vida e que acho que nos acontece a todos, é deixarmos este tipo de situações arrastarem-se. E quando estas pessoas percebem isto (que nós deixamos isto arrastar-se e pior, que os deixamos esticar a corda e que a corda até já tem 8000 metros de comprimento) estas pessoas sentem-se com poder. Com o poder, começam em casos extremos, a achar que até mandam alguma coisa na nossa vida e, por isso, começam a pedir explicações. Do género: Então mas tu disseste que andavas sem tempo e agora eu soube que foste almoçar com X. E nós deixamos que situações destas se arrastem por três motivos:

1. Não nos apetece criar guerrinhas com ninguém, muito menos dispensar energias em coisas destas.
2. Vamos dando uma segunda, terceira, quarta, quinta e em alguns casos, sexta oportunidade. 
3. Falta-nos, (isto assim sem rodeios) coragem suficiente para enfrentarmos a situação de frente. Vamos mostrando que não andamos contentes, que nos andam a chatear, mas custa-nos pormos  fim à história.

E eu percebi, felizmente, que não há nada como um dia pegarmos em tudo o que nos anda a chatear e a incomodar e pôr um fim nisso. Dizermos frontalmente às pessoas que nos incomodam que não gostamos das suas atitudes. Que não têm nada de se achar no direito de nos incomodarem como bem lhes apetece, só porque nós gostamos delas e as deixamos pertencer à nossa vida. Se não o dissermos, então temos de agir de outras formas. Agora continuar a deixá-los incomodarem-nos, não. Não, porque a vida não está para isso. E percebi também, felizmente, que quando fazemos isto saímos sempre a ganhar. Sempre. Não raras vezes, as pessoas começam a ter cuidado connosco e a ver que, ou estão na nossa vida porque nos fazem bem e felizes, ou então podem ir embora, porque ganhar tristezas de graça, ninguém devia querer e aceitar.

Tem um dia sempre muito atarefado


Dormir sestas no terraço, brincar, descobrir novos esconderijos, novas flores nas varandas, novos animais (abelhas, libelinhas, etc). Mas, se por acaso olha descontraidamente para a televisão e vê entre o meu Zapping, o programa O encantador de Cães, pára e senta-se em frente da televisão. Aqueles olhos ternurentos ganham uma concentração incrível e inclina a cabeça, como quem entende o que é dito no programa e pensa, medita, sobre isso. Ou em termos mais gerais e directos: acha simplesmente graça ver outros cães dentro daquele quadrado com cores e som. E deve interrogar-se como é que ali entraram e por onde vão sair., não vão roubar-lhe os brinquedos ou ocupar o sítio que obviamente lhe pertence no terraço. Um verdadeiro amor.

Sabem aqueles dias mesmo perfeitos?


Hoje está a ser um desses. Daqueles dias mesmo mesmo perfeitos. Desde que acordei até agora. O dia ainda vai a meio, mas já me dou por muito contente. Já estou satisfeita e se nada de bom acontecer mais hoje, não faz mal. Não há problema algum, estou mesmo bem assim, obrigada na mesma. Deus pode ir ocupar-se hoje com o restante mundo e não me ligar nenhuma no resto do dia. (Mas deixando-me ter um resto de dia descansado, se faz favor. Coisas más também não.)

Das bloggers que leio


Posso não conhecer a fundo ou de todo quem escreve os blogues que leio, mas conheço alguns pormenores dessas pessoas. Posso não saber nada da "Margarida" (do Mundo de Margarida), nem da "Dulce" (do Agre e Doce), nem tão pouco da "Olívia Palito" (do Olívia Palito no País das Maravilhas), nem da "Ana" (do Mortalerosa), mas gosto de saber que estão bem, ou das pequenas e grandes coisas que contam. Gosto de saber quando a "Margarida" vem a Portugal porque se nota tão bem, demasiadamente bem, que isso lhe dá outro alento e lhe deve saber divinamente bem no coração. Gosto das fotografias que ocasionalmente põe, porque nos deixa ver um bocadinho daquele país onde ela vive, através do olhar dela (uma vez que a alma do fotógrafo passa sempre muito para as fotografias). Gosto de ler as opiniões da "Dulce" e de ver também todas as fotografias que publica. Gosto de ler as aventuras no País das Maravilhas, que é a vida, da "Olívia Palito"... Gosto de ler o que a "Ana" escreve no quotidiano. E gosto de ler sobre o que tantos outros bloggers escrevem e que não aqui citei. Muitos deles não comento regularmente, é um facto, uma verdade inegável, mas leio-os. Leio os blogues. Não tenho a pretensão que pensem que leio muitos blogues, porque a verdade é que não leio. Os blogues que leio são poucos. É um facto. Mas leio-os com o maior dos gostos. Leio-os como quem telefona a um amigo distante e lhe interroga sobre a vida. Leio-os como quem espera por novidades (boas, preferencialmente). Leio-os e aflijo-me com algumas das tristezas que entre um parágrafo e outro, vou sentindo. Fico preocupada com aquelas pessoas e não raras vezes, penso nelas. Posso não lhes dar nada de especial, nem ajudá-las em coisa alguma, posso não estar presente nas suas vidas quando precisam (como poderia, se nem as conheço?) mas leio-as. Acho que isso vale o que vale, que é bastante. Sempre ouvi dizer que um bom amigo não é necessariamente quem mais conselhos dá e fala connosco, mas quem nos ouve. Neste caso, quem nos lê.

São óptimas e divertidas


Sendo que já elegi a minha favorita há muito tempo (sabor frutado). Quando eu vivia em Inglaterra já elas existiam e eram famosas. Óptimas, com vitamina e um ar alegre. Chegaram cá a Portugal mas não têm metade do sucesso que lá tinham (parece-me). Em Inglaterra já existe uma nova gama delas, as Vitamin water zero, com zero calorias. Não sei se essas conseguirão cá chegar, dado o mediano sucesso das primeiras cá. Mas espero que sim. Eu adoro-as.

A paixão dos miúdos e que de facto é adorável


Os Littlest Pet shop vêem-se por todo o lado e acho que praticamente todas as crianças os andam a coleccionar. É um facto que, há uns tempos atrás, eu não achava grande piada a estes bonecos, de aspecto simpático, cabeça demasiado grande e olhos melosos. Mas agora? Agora acho-vos adoráveis. Há cada um mais querido que o outro. O dificil é dizer qual o mais amoroso. E depois, claro, é vê-los nas secretárias, nos estojos, nos bolsos, nas mochilas... Eles andam por todo o lado e eu já não consigo ficar indiferente a eles.

Simple things


Alguém disse...


« Quando as coisas não correm na medida dos nossos desejos, muito contribuirá para o nosso contentamento pensarmos nas coisas agradáveis e encantadoras que nos pertencem; na mistura, o melhor eclipsa o pior. »

Plutarco

Simple things

Coisas criativas adoráveis #1

Sobre a Amazon


Já alguém que por aqui passa encomendou alguma coisa pela Amazon? E se sim, valeu a pena, correu tudo bem, não tiveram problemas, ou mais valia estarem quietos?

Acontece-me sempre isto


Por mais estranho que possa parecer: quando vejo um episódio do The Biggest Loser (por não seguir as temporadas de uma maneira contínua - vejo um ou outro episódio) quando vejo os concorrentes com menos peso, penso sempre: tão magro/a! E esqueço-me que ainda continuam obesos.

De como os fatos de Carnaval são importantes


É incrível a quantidade de pessoas à volta dos fatos (imensas) e a quantidade de fatos minimamente engraçados e bem feitos (quase nenhuns). É incrível o preço deles, mas mais incrível é o preço que por eles se pagava aqui há uns anos atrás. Enfim, em cem (e literalmente) dois, três fatos, no máximo, aproveitam-se, pelo pouco que se vê quando se passa por eles. Mas no meio do Carnaval, de fatos e de confusão nos supermercados, há ainda lugar para diálogos destes.

Diálogo número 1

Mãe da criança: Daniela, não estejas só a mexer no fato de carnaval, deixa-o estar sossegado no cesto. Agora está escolhido, já estamos aqui na fila para o peixe.
Criança: Mãe, não vou de Princesa.
Mãe da criança: Mas porquê? Olha que este vestido é tão giro, azul claro. E havia lá em cor-de-rosa e em amarelo.
Criança: Mãe, eu não quero ir de Princesa, não vou, não vou! Eu nem sequer me pareço com nenhuma das Princesas.
Mãe da criança: Eu acho que ires sempre vestida de animal não tem piada. Num ano de abelha, no outro de cão. Até de gata querias ir este ano. Ao menos vai de fada ou de índia. Vai lá trocar então. Não tragas é nada estranho. Acho que devias ir de Princesa.
Criança: Mãe, não queria de gata. É a Hello Kitty, é diferente. E as Princesas têm Príncipes. Eu não tenho nenhum namorado lá na escola. Vou trocar.
Criança grita lá do fundo da zona dos fatos: Mãe, Mãe, já sei, vou de freira!

Diálogo número 2

Estava eu já na fila para pagar as coisas na caixa, quando oiço:

Pai da criança: Ele traz que fato, afinal?
Mãe da criança: De Mosqueteiro... Não consegui convencê-lo a trazer o de Palhacinho.
Pai da criança: Filho, porque é que não queres ir de Palhaço? Os fatos são tão giros, até podias usar aqueles sapatões enormes e um nariz de palhaço.
Mãe: Ainda vamos a tempo de ir trocar, queres? (imaginar os olhos cheios de esperança)
Criança: Não, desculpa mãe, mas eu não quero mesmo ir de palhaço. Prefiro ir de outra coisa qualquer.
Mãe da criança desiste da cruzada e começa a pôr os produtos na caixa.
Pai da criança: Diz-me lá porque é que não queres ir de palhaço, diz lá ao pai, vá, achas que são muitas cores, é isso?
Criança: Não pai, mas o Luís e o Pedro estão sempre a chamar-me de Palhaço. Não queria que me vissem assim e achassem que tinham razão.

Da família


O meu irmão é uma das pessoas mais organizadas que conheço. Fixa todos os compromissos que tem e sabe organizar os dias dele com uma precisão incrível. É também das pessoas mais bem educadas que conheço, sendo especialmente cortês com mulheres (esperto, ele). É muitíssimo inteligente e apaixonado por Biologia Marinha. Tem uma característica que partilha comigo, para além da cor de cabelo, dos olhos e do sorriso, que é o nosso gosto por estarmos sozinhos, ou, por outras palavras, a solidão não nos assustar, mas sim fascinar. Vemo-nos regularmente e nada muda. Continuamos iguais e amigos, grandes amigos, como só nós sabemos ser. Damo-nos muitíssimo bem com os nossos outros irmãos, mas somos basicamente inseparáveis. Ele comentou comigo que nunca aqui falei dele e ele tem toda a razão. É imperdoável. Querido F., este post é sobre ti e para ti.

Já era altura do Robbie Williams regressar a Portugal


É que eu posso ser fanática por Jazz, por músicas antiquíssimas e por melodias de piano, violino, etc e etc... Mas adoro o Robbie. O Robbie é o Robbie. Posso também gostar de outros músicos Pop... Coldplay, Eric Clapton, Kings of Leon, enfim... Imensos... Mas só o Robbie me faria ficar horas à espera numa fila para conseguir ficar num bom lugar num concerto dele. Já o vi uma vez, quando ele veio a Portugal, ele cantou maravilhosamente bem mas soube a pouco. Gostava de o ver novamente. Principalmente agora, que notoriamente está muito mais maduro e charmoso.

Dos Grandes desgostos de amor


Sempre achei que, tal como o enorme peso que assenta no nosso coração com uma morte, um desgosto de amor cai-nos no centro do coração com um impacto que só uma morte tem. E note-se, não estou a falar de desgostos de amor comuns, onde para ambas as partes é relativamente fácil reecontrar outra pessoa. Estou a referir-me aos Grandes, mesmo muito Grandes, desgostos de amor. Daqueles que, por serem de tal ordem grandes, representam para nós uma morte. E sim, isto é possível. Porque, no limite, há várias partes algures dentro de nós que morrem.

Na minha opinião, um desgosto de amor destes é capaz de nos mudar. De nos tornar, em certa medida, mais frios, mais distantes, mais calculistas. Calculistas no sentido de não termos já grandes ilusões sobre o amor e as outras pessoas. Tornamo-nos mais cuidadosos com as nossas escolhas, tornamo-nos mais criteriosos, mais pragmáticos, mais esforçados e, indiscutivelmente, mais responsáveis.

Saint-Exupéry, n'O Principezinho, escrevia que, quando amamos e cativamos algo ou alguém, tornamo-nos responsáveis por essa pessoa ou pelo que amamos. Mas Saint-Exupéry, apesar de ter escrito sobre o afastamento e a perda, referindo que corremos o risco de chorar e de nos sentirmos tristes e dando-nos como solução as boas memórias - a capacidade humana que todos tempos de guardar os outros, no nosso coração - esqueceu-se de quando os outros nos magoam. E acho que se tivesse escrito sobre isso, seria algo como: da mesma maneira como nos tornamos responsáveis pelos outros que amamos e  cativamos, quando temos um grande desgosto e ficamos irremediavelmente sós, devíamos tornarmo-nos responsáveis por nós mesmos e tomarmos conta de nós. Fecharmos as nossas próprias feridas.

Acho que nem é tanto a perda que sentimos, ou a ausência, que custa mais. Acho que o que custa mais é percebermos que tudo aquilo em que acreditámos se desvaneceu num piscar de olhos e que verdades antes absolutas para nós, passam a ser enormes dúvidas existenciais.

Achamos inevitavelmente que em tempos nos desprendemos de um porto de abrigo e nos deixámos levar ao sabor do vento pelo mundo fora e que toda a coragem e força que isso exigiu de nós, foi, no fundo, em vão.

Achamos inacreditável. Tudo inacreditável. Mas com o tempo percebemos também que é a verdade e que, ou aprendemos a viver com ela ou aprendemos a viver com ela. Não nos restam mais hipóteses.

Começamos também lentamente a dar muito mais valor a pequenas coisas e vemos a vida de um modo diferente. Coisas como chegarmos a casa e não nos sentirmos vazios, num dia, são um grande progresso. São uma pequena vitória. Coisas como darmos por nós a rirmo-nos à gargalhada são o ponto de arranque que precisamos para voltarmos a ser felizes.

Até ao dia em que reparamos que estamos mais calmos, tranquilos com a vida. E começamos até a pensar nas coisas boas que vieram ter connosco graças ao que passámos. Olhamos para o desgosto com um olhar diferente. Já não vemos só a tragédia. Vemos também várias coisas boas. Permitimo-nos até perceber que se calhar não estávamos assim tão felizes, tão bem e que o futuro que nos aguardava não era assim tão bom.

O melhor de tudo? O melhor de tudo é pensarmos que, com a perda, a vida deu-nos basicamente uma oportunidade para termos alguém melhor, sermos mais felizes e vermos em nós muito mais valor. Melhor ainda do que isto, só a pessoa que nos deu o enorme desgosto se arrepender profundamente e nós não lhe permitirmos voltar. Isso sim, faz-nos sorrir, por vermos o quão fortes e exigentes nos tornámos.

E assim sendo, não há muito mais a fazer do que sorrir. É que não só nos livrámos de um futuro pouco feliz, como ainda temos a certeza de que algo muito melhor, mil vezes melhor, virá.



Falando em vícios


Uma das minhas bebidas de eleição. Adoro, adoro, adoro. Se fosse possível vir em garrafas como esta, então era perfeito.