Perdi um pouco (muito, para dizer a verdade) de esperança no Mundo


Quando vi um artigo de Jornal escrito por um ex-colega meu de Faculdade. Por muito bem que ele apareça no artigo (e nem aparece assim tão bem) ou por mais anos que passem desde que partilhámos as mesmas salas de aula, não consigo esquecer o facto de vários terem sido os Professores que o apelidavam de preguiçoso, de pouco ou nada esforçado, de pretensioso e de fraco, academicamente fraco. Afinal de contas, este fraco e nada exímio aluno (no entanto, exímio na arte de dar graxa a Professores e a fazer-se incluir no grupo deles, como amigo próximo) escreveu um artigo de Jornal. Só me vem à memória o meu outro colega com um penteado ondulado e óculos finos, esse sim, inteligentíssimo, e que mais não alcançou do que alguma genialidade, no Conservatório. Ou do meu colega que ostentava orgulhosamente um laço a rodear-lhe os colarinhos sempre: o melhor crítico literário que alguma vez conheci. Também ele brilhante e esquecido, como já é habitual acontecer com as pessoas realmente boas, neste país. Sempre que falamos (felizmente a nossa grande amizade prolongou-se durante todos estes anos) sinto-me sempre um tanto ou quanto desgostosa, pela forma como a vida e a sociedade o tratou. Mas este, este que apareceu no artigo, está bem. Viaja, pouco ou nada faz e continua a considerar-se o próximo vencedor do prémio Nobel, seguramente.

De repente, li naquele artigo um nome que não pertencia ali. E soou-me mal. Pareceu-me abstracto. E ilógico. Fez-me uma confusão tremenda, o que só poderia acabar numa coisa: não li mais de dois parágrafos do artigo. 
Como se não bastasse, ele diz-se muito cansado de trabalhar, da vida dele e queixa-se de como o maçam as coisas do trabalho dele, que é uma maçada, já se sabe. Eu dei-lhe um conselho, não sei se foi aceite: disse-lhe para, assim sendo, ele oferecer o tacho dele a outra pessoa.  

11 comentários:

Anónimo disse...

afinal o artigo também não era nada de mais... enfim, os bons são sempre esquecidos...

. disse...

Infelizmente, este é um entre muitos exemplos espalhados por este país e pelo mundo. Muitas vezes, aquele(a) que tem mais potencial ou inteligência, simplesmente é encostado e posto de lado.
Nem quero mencionar as cunhas, e o facto de muitas pessoas ocuparem lugares que não têm a mínima competência para o fazerem.

Joana disse...

neste país valoriza-se sempre e com muito mais facilidade, os detentores dos tachos! em vez das pessoas realmente válidas!

XS disse...

Eu aínda acredito que o dia da justiça chega sempre...

Daniela disse...

acontece a todos...
eu já apanhei com um artigo publicado da:
menina rica, mundo cor-de-rosa, mimada e com a mania que era boouuua... e com o tipo seboso , egoísta, falso e graxista. Parece que só as putas e as filhas de putas é que têm sorte. snif

Guinhas disse...

É um sentimento de injustiça enorme.No entanto acho, e quero continuar a acreditar, que essas pessoas "caem". A nível pessoal, detesto pessoas presunçosas, que acham que quando falam, falam melhor e mais alto que os outros como resultado da sabedoria e presunção absoluta!

Guinhas disse...

É um sentimento de injustiça enorme.No entanto acho, e quero continuar a acreditar, que essas pessoas "caem". A nível pessoal, detesto pessoas presunçosas, que acham que quando falam, falam melhor e mais alto que os outros como resultado da sabedoria e presunção absoluta!

josépacheco disse...

uma novidade: essas pessoas não caem, fixam-se para sempre. outra novidade: os outros não chegarão realmente lá. por muito bons que sejam, porque a maioria das pessoas é totalmente incapaz de reconhecer a qualidade e o interesse e gosta de ser engraxada. eu não quero falar mais alto do que ninguém, só dar conta de uma teoria científica em que tenho fé.

Anónimo disse...

Concordo com tudo o que dizes, mas... há bastantes casos em que alunos medianos (ou maus), se tornam excelentes profissionais. E não digo só nessa área, falo em várias... Não sei se é o caso ou não. Se não for, é lamentável.

Pistaxa disse...

Eu tou com a Daniela LOL
É o que se vê mais por ai, temos sempre o exemplo de bloggers pseudo jornalistas que lançam livros, cd´s e crónicas foleiras em variados jornais á custa do....
O pior é que dá pa ver tão bem que são coisas fraquinhas..
Mas infelizmente há sempre carneirada a seguir lol

anouska disse...

Mais do que ser bom profissional, muito mais importantes são as relações interpessoais. Por mais que se estude, por mais que se tente são preponderantes. E nem estou a falar de graxa! São tão ou mais importantes que a competencia. E quem as domina, mais facilmente se move. Temos é de aprender a dar a volta.;)