Não sei se ando nos sítios errados, mas ainda não vi a crise


Basta-me ir para qualquer restaurante e estão sempre cheios. Qualquer shopping deste país está a abarrotar. Qualquer sala de cinema nas sessões da tarde está a abarrotar. Qualquer praia está com todos os palmos de areia cobertos de toalhas. Qualquer posto de gasolina tem filas para abastecer e para pagar. Qualquer agência de viagens tem sempre pessoas a escolher férias. Qualquer pessoa que apareça na televisão a dizer que não vai viajar nas férias, acaba por admitir que tem uma casa de férias no campo ou na praia. Afinal não estamos assim tão mal. Será? Ou anda tudo a pôr palas nos olhos e a assobiar para o lado? Não tenho nada contra as pessoas que vão jantar fora, à praia, abastecer e viajar, que fique bem claro. Eu também o faço e acho muito bem que as pessoas façam o que gostam, se têm possibilidades para isso e conseguem gerir bem o dinheiro. Tenho é contra as pessoas que o fazem e depois vão apregoar por aí que não têm dinheiro para comer (para mim, quem diz que não tem dinheiro para comer equiparando-se a crianças a morrer em África, devia começar a receber castigos divinos), para pagar contas e para ir aos saldos. Cada vez mais me irrita este tipo de comportamento. Só me faz lembrar aquelas pessoas que não compram carne e não pagam as contas mas depois vai-se a casa delas e, para além do BMW junto do portão da vivenda, têm televisões plasma, equipamentos topo de gama e vão para cruzeiros. Alimentem mas é os filhos, que aparecem nas escolas com fome, comprem-lhes material escolar para não estarem sempre sem nada ou a tirar dos outros. Depois vamos sempre parar ao mesmo. Pedem SASE para os filhos para alguém lhes pagar essas coisas. Quando há outras crianças que precisavam muito mais.

9 comentários:

verniz escarlate disse...

é da crise minha querida. A crise é isto mesmo. Significa oportunidade! Anda muito boa gente a lucrar com a crise. Infelizmente outros há que estão a passar dificuldades, mas esses são os que menos se mostram e manifestam, muitas vezes por vergonha!
beijinho

Anónimo disse...

concordo! eu própria deixei de ir sair tantas vezes, ou de fazer certas coisas, só para que não piore a minha condição, e sei que existem muitas pessoas a queixarem-se e não sei de quê. eu confesso que não estou mal,nem bem. safo-me. mas tenho pensa dessas pessoas que passam fome para terem carros e outras coisas. *

Nokas disse...

Nem a crise é para todos...

Anónimo disse...

A ultima vez que fui a Portugal ja se falava muito na crise e assim que pus os pes em terras lusas so via carros a estrear, lojas cheias, pastelarias a abarrotar, restaurantes com filas a espera e muito mais..por isso nao acho nada estranho o teu post!
Basta irmos ao Algarve neste dias de feriados e fins-de-semana e vemos onde esta a crise!!!!
Nao e segredo para ninguem...

Baci*

C. disse...

Eu acho que está na moda queixar-se sobre tudo e mais alguma coisa, mesmo quando nada do que se diz se aplica à realidade.
E o pior é que vejo que são aqueles que menos razões têm para se queixar que mais o fazem

C. disse...

Eu acho que está na moda queixar-se sobre tudo e mais alguma coisa, mesmo quando nada do que se diz se aplica à realidade.
E o pior é que vejo que são aqueles que menos razões têm para se queixar que mais o fazem

Dulce disse...

Bem visto...
Embora na verdade é importante que o consumo não pare, senão aí vamos mesmo para trás... Porém, quem ainda tem algum dinheiro deve fazer férias cá dentro, deve consumir o que é nosso (eu tento ao máximo, até na África do Sul compro Compal, Nacional e outras marcas nossas!), deve estimular a nossa economia com estes pequenos gestos!

Joana disse...

o que não falta aí são exemplos desses!!!
para veres, tenho uma amiga que recebe o escalão maximo de bolsa da universidade e todas as semanas traz um par de sapatos novos! todas as semanas!

flor disse...

Nós somos um povo oportunista e os que dizem mal só não fazem o mesmo porque não podem. O governo é um espelho da nossa sociedade em geral. Gastou o que tinha e o que não tinha. E apesar de haver portugueses que o podem fazer, também há os que não podem mas que fazem, assim como há os que podem e que não fazem e têm uma vida mais modesta nem sentem necessidade de exibir bens materiais porque sabem o que valem e porque cultivam outro tipo de ideais. Como foi dito, quem não pode, quer poder e sobretudo quer mostrar que pode e dai não dispensar o carro de topo, mesmo que depois, não pague o condomínio, nem a prestação da casa