Reparo agora, com alguma pena, que ler poemas em páginas de internet e não num livro é precisamente como ver apenas uma fotografia num catálogo de viagens de um lugar paradisíaco, mas não estar nesse lugar. Tudo não passa senão de uma imagem fantasiada e criada por nós, onde não chegamos a ter metade da noção do que aquele lugar é. Assim como nos escapam pelos dedos detalhes, sentimentos e sensações.
Releio os poemas que aqui pus ou que vou lendo online e penso cada vez mais para comigo: grande parte da graça dos poemas é perdida. Posso continuar a fazê-lo, porque antes uma pequena parte da graça do poema, que nenhuma, mas é certo que ainda não há nada como um poema solto e em destaque, centrado num branco profundo, de uma página de um livro.